Meu domingo começa bem. Assisto ao último show da cantora Gal Costa inspirado em seu último cd de inéditas lançado em 2005. Para quem queria uma Gal antenada com o presente e buscando coisas novas, encontra nesse show sua resposta. Como uma diva, a cantora desfila um mosaico de canções inéditas intercalando com canções do lado "b" de sua vitoriosa carreira. Pena o show e disco não terem feito o sucesso e a repercussão que deveria ter. O que temos na mídia e em outros segmentos artísticos é lixo demais para a serenidade e a beleza do canto de Gal Costa. Imperdível a interpretação de Voyeur; Te adorar; Feitiço de oração e Antonico. Nota 100. *****
Lembro-me de que era um belo dia de sol, cheio do burburinho popular, nas ruas atulhadas de veículos. Um dia bastante quente e de perfeita transparência. Do meu terraço via-se uma grande confusão de telhados, parques esparsos, um naco de baía juncado de mastros, a linha reta e cinzenta de uma avenida..... Por volta das onze horas caíram as primeiras fagulhas. Uma aqui, outra ali, partículas de cobre semelhantes às faíscas de um pavio; partículas de cobre incandescente que batiam no chão com um barulhinho de areia. O céu continuava límpido, o ruído urbano não diminuía. Só os pássaros da minha gaiola pararam de comer. (Leopoldo Lugones) A leitura desse texto de Lugones é sensacional. Impressiona pela beleza plástica e pela apoteose apresentada acerca do fim do mundo e a cena do fogo tomando conta, destruindo tudo em sua volta. Raridade. O texto está presente na coletânea dos "melhores contos bíblicos" da Ediouro.
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