Uma forte dose de humor e erotismo está presente nesta obra de Hilda Hilst. O narrador em primeira pessoa tem 60 anos e resolve registrar suas memórias, relatando momentos diversos da sua vida. Crasso, nome do personagem é anárquico em seu relato. Esse é um dos méritos da obra. O leitor se sente traído pelas várias perspectivas de leitura que o texto apresenta. "As mais diferentes formas de prosa e mesmo da poesia intervêm no livro: correspondências, minicontos, glosas, apóstrofes ao leitor, críticas literárias, comentários eruditos". Assim, a narrativa de Crasso mobiliza a todo instante o leitor a seguir esse jogo anárquico que revela características marcantes da personalidade do personagem. Maravilhoso. *****
A sensação é angustiante. A sensação que tive ao ler a nova obra de Chico Buarque foi de profunda desesperança e solidão. Por coincidência, estive em julho dez dias na cidade do Rio de Janeiro. Precisamente em Copacabana. Todos os contos do livro tem como cenário o cartão postal do país. Entretanto, esse cartão postal não é o oficial, o que revela toda a beleza do lugar. O que temos na obra é o lado B. As fissuras de um projeto de modernidade que não deu certo. Toda a desigualdade do nosso país, colocada sem adjetivos, sem possibilidade de mudança. Não precisava ser assim.
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