
As minhas primeiras impressões do novo trabalho de Gal Costa são ambíguas. Nas audições iniciais, não senti nenhuma atração pelas canções arquitetadas por Caetano Veloso especialmente para a irmã de coração. Esse estranhamento é natural e posso tê-lo pois conheço profundamente a obra de Gal Costa. Cada vez que ouço o cd, entretanto, vou entrando na magia do canto suave da cantora acompanhando os arranjos eletrônicos, os arranhões, a secura dos arranjos criados pela galera de Caetano e vou encantando-me com o que ouço.
Gal mostra sua ousadia mais uma vez ao arriscar trilhar esse novo caminho. Podia lançar mais um cd tradicional como vinha lançando, ao contrário da crítica, prefiro o último cd Hoje, onde Gal apresenta uma abordagem múltipla e variada de novos compositores da MPB. Isso também é ser ousada. Vou acostumando e me entregando a sonoridade proposta no trabalho da cantora. Na mesa do som, só há espaço para o recanto que sinto ser luminoso de Gal Costa.
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