
Seguindo a tradição de aliar humor com uma ampla pesquisa histórica, "O Homem que matou Getúlio Vargas"´proporciona ao leitor a oportunidade de assistir aos fatos históricos pelo lado de dentro. Essa é a grande conquista realizada pelo humorista Jô Soares. As confusões do anarquista assassino "trapalhão" e sua falta de "sorte" ou "competência" o coloca como personagem central dos principais fatos históricos do início do século XX tanto na Europa quanto no Brasil.
A leitura inicial é cansativa pelo excesso de informações biográficas que inserem o personagem principal. Mas no decorrer da leitura, o estilo de Jô Soares sobressai e o leitor é conduzido dentro da trama como se estivesse assistindo um bom filme. ***
Nome: Dimitri Borja Korozec. Filiação: pai sérvio, mãe brasileira. Marca de nascença: seis dedos em cada mão. Ideologia: algo assim como uma espécie de anarquismo. Profissão: assassino. Vítimas preferenciais: líderes políticos.
Ele é o homem certo: formou-se numa escola de assassinos altamente conceituada, tem uma pontaria extraordinária e está sempre disposto a dar cabo dos tiranos que infestam o mundo. Mas sofre de um problema crônico: é desastrado. Com ele não tem meio-termo: é tudo por um triz. Em 1914, por exemplo, na Europa, foi ele quem quase desencadeou a Primeira Guerra Mundial... E é sempre assim, negando fogo, que o anarquista Dimitri Borja Korozec participa ativamente de importantes episódios históricos e convive com estrelas como Mata Hari, Al Capone, Franklin Roosevelt e Getúlio Vargas, entre outros.
No Xangô de Baker Street, Jô Soares pintou e bordou com o gênero policial. Desta vez, o alvo escolhido são as biografias. Com sua inteligência fina e em permanente estado de alerta, também aqui ele mistura ficção e realidade e faz com que tudo neste romance pareça uma "sincronia arquitetada pelo acaso". O grande arquiteto do riso é ele mesmo - Jô Soares -, mas o leitor verá que às vezes a própria História - a verdadeira - também parece coisa de humorista".
(Resenha da Companhia das Letras)
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