A sensação é angustiante. A sensação que tive ao ler a nova obra de Chico Buarque foi de profunda desesperança e solidão. Por coincidência, estive em julho dez dias na cidade do Rio de Janeiro. Precisamente em Copacabana. Todos os contos do livro tem como cenário o cartão postal do país. Entretanto, esse cartão postal não é o oficial, o que revela toda a beleza do lugar. O que temos na obra é o lado B. As fissuras de um projeto de modernidade que não deu certo. Toda a desigualdade do nosso país, colocada sem adjetivos, sem possibilidade de mudança. Não precisava ser assim.
Tive uma grata surpresa ao realizar a leitura desse livro de contos de Gabriel Chalita. As narrativas giram em torno de personagens masculinos e seus principais dilemas. Tudo apresentado de uma forma direta e objetiva. Em todos os contos, a temática da solidão e do medo de não alcançar nossos sonhos e desejos são perceptíveis na vida dos personagens. Isso faz com que o leitor se aproxime cada vez da história e torça pelo sucesso dos personagens (delicados, desiludidos). Para o autor, a cor cinza tem a capacidade de ser um elemento de ligação entre os mais diversos tipos de sentimento e por isso é utilizada de uma maneira tão assertiva. Por isso, a cinza é a metáfora do que se esconde em homens diferentes. Segundo Gabriel, o ser humano é genial pela complexidade de sua razão e pela fragilidade com que às vezes encara essa complexidade. As narrativas da obra proporcionam ao leitor a sensação de que não estamos sozinhos no mundo e que devemos, na medida do possível, lutar cada vez mais po...
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