
Silêncio. Silêncio e Silêncio. Não vou entrar nas discussões idiotas sem sentido sobre a estética da fome, o enquadramento da câmara, a escolha do preto e branco pois essa discussão é pequena demais diante do retrato que José Padilha apresenta da fome crônica ocorrida não apenas no nordeste brasileiro, mas em todo o país. O filme é denso demais e não há espectador que não saia envergonhado da situação apresentada por Padilha. Esse documentário teria sim, que ter mais de 6 milhões de espectadores tão comemorados e propagados pelo cinema brasileiro nos últimos anos. Mas não, fica restrito a um pequeno público que não pode fazer nada para modificar tal situação. Continuamos alimentando cada um de uma maneira, a ignorância e a ausência de sensibilidade em relação ao próximo.
Devo demorar para me recuperar (infelizmente) da denúncia apresentada por Padilha em seu documentário. As cenas de fome, a falta de perspectiva, a vitória do fracasso, a persistência da miséria Para depois continuar vivendo minha vida, cuidando de minha família, como se nada de errado existisse ao meu redor. Não posso fazer nada? O filme fala de ausências. Abandono, ignorância, desemprego, falta de educação. Um soco, um murro bem dado em cada um de nós e na ineficiência do Estado brasileiro em minimizar ou "destruir" por completo essa triste realidade. Gostaria de fazer alguma coisa para mudar essa realidade. *****
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