Pular para o conteúdo principal

Era no tempo de D. João VI




Finalizando a leitura da divertida narrativa de Ruy Castro chego a duas conclusões: O leitor só tem a ganhar quando somos convidados a conhecer a História do país a partir do universo ficcional. A fronteira chega a ser tênue em alguns momentos, mas isso não impede de construir nossas próprias referências sobre os personagens históricos e conhecemos os fatos da maneira mais pessoal possível, participando ativamente das aventuras apresentadas e torcendo para que nossos heróis se safam das confusões.



Ruy Castro presta uma grande homenagem a obra "Memórias de um Sargento de Milícias" quando recupera o personagem símbolo da obra "Leonardo" e o coloca em contato com as travessuras do adolescente príncipe herdeiro Pedro de Alcântara. Já deu para imaginar o que vai acontecer?****






Comentários:

O cenário é o Rio de 1810, dois anos depois da chegada da Família Real portuguesa, com as ruas vivendo uma agitação jamais vista em uma cidade das Américas. Os personagens são nobres e plebeus que existiram de verdade e outros saídos da mais delirante imaginação. Em Era no tempo do rei, nem tudo o que se lê neste livro aconteceu – mas podia ter acontecido. Afinal, o autor é Ruy Castro.

Os heróis de Era no tempo do rei são o príncipe D. Pedro e seu amigo Leonardo, um menino de rua, ambos com 12 anos. Os dois garotos endiabrados tomam a cidade de assalto, envolvendo-se nas mais empolgantes cabriolas.

Na pista deles, estão o temível major Vidigal, a prostituta Bárbara dos Prazeres, a vingativa princesa Carlota Joaquina, o pio padre Perereca, o sinistro inglês Jeremy Blood, granadeiros, ciganos e capoeiras. Como pano de fundo, a luta pelo poder no Brasil, em Portugal e nas colônias espanholas no Prata.Era no tempo do rei é um romance malandro e picaresco, com tudo que isso significa: erotismo, crítica, sátira, humor e muita ação. É também uma festa de cheiros, comidas, roupas, costumes, palavras e expressões da época. Nunca a História do Brasil foi tão irresistível. (Letras e Livros)


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Emilio Santiago

É irresistivel o novo trabalho de Emilio Santiago. Nesse dvd extraído do show onde homenageia Ed Lincon, temos uma aula de simpatia e boa musica. Show temático dividido em dois blocos distintos nos leva a participar de um grande baile, no melhor estilo dos anos 60. Quem nunca participou de um baile assim, pode encontrar no balanço do cantor a oportunidade. Muito bom. As interpetações de "Misty", "Eu e a brisa" e "Ultima forma" já valem o preço do dvd. Excelente musica que limpa nossos ouvidos diante de tanta coisa esquisita que somos "obrigados" a ouvir. Cotação: ****

A Chuva de Fogo

Lembro-me de que era um belo dia de sol, cheio do burburinho popular, nas ruas atulhadas de veículos. Um dia bastante quente e de perfeita transparência. Do meu terraço via-se uma grande confusão de telhados, parques esparsos, um naco de baía juncado de mastros, a linha reta e cinzenta de uma avenida..... Por volta das onze horas caíram as primeiras fagulhas. Uma aqui, outra ali, partículas de cobre semelhantes às faíscas de um pavio; partículas de cobre incandescente que batiam no chão com um barulhinho de areia. O céu continuava límpido, o ruído urbano não diminuía. Só os pássaros da minha gaiola pararam de comer. (Leopoldo Lugones) A leitura desse texto de Lugones é sensacional. Impressiona pela beleza plástica e pela apoteose apresentada acerca do fim do mundo e a cena do fogo tomando conta, destruindo tudo em sua volta. Raridade. O texto está presente na coletânea dos "melhores contos bíblicos" da Ediouro.

Nara Leão canta Roberto e Erasmo

Meu domingo começa com Nara Leão cantando canções de Roberto e Erasmo Carlos. Gravado em 1978 pela Philips, o LP traz a marca autoral de Nara. Suave e econômico, a cantora apresenta outras nuances sobre as canções desses dois nomes importantes da música brasileira. Nara foi um dos nomes mais representativos da MPB nos anos 60, sendo figura chave em vários movimentos musicais. Uma espécie de camaleoa que mostrava a percepção de que vários estilos musicais deveriam ser sentidos e valorizados. Destaco como imperdíveis as gravações de "Quero que vá tudo pro inferno"; "As curvas da estrada de santos"; "Cavalgada" e "Proposta". Produção de Roberto Menescal. ****