Pular para o conteúdo principal

PRECIOSIDADE



15 canções maravilhosas de Chico Buarque juntas com a virtuosidade do violão de Arthur Nestrovski resultam em um momento maravilhoso dentro da música popular brasileira. Na solidão do estúdio, Artur faz uma reeleitura particular da obra de Buarque. Nessa nova abordagem percebemos uma economia nos arranjos das canções, proporcionando mais beleza e nuances que as melodias são capazes de indicar. Depois de um trabalho belíssimo com as canções de Tom Jobim, Artur presenteia a todos que admiram a obra de Chico Buarque e a aqueles que adoram música instrumental. Nota 10. *****
A seguir nota de Mauro Ferreira:


"Após revisitar o repertório de Antonio Carlos Jobim (1927 - 1994) no CD Jobim Violão, Arthur Nestrovski se volta para o cancioneiro de Chico Buarque em Chico Violão, disco editado pela gravadora Biscoito Fino neste mês de abril de 2010. As 15 músicas foram formatadas em arranjos para violão solo. Com obras-primas como Tatuagem (1973), Beatriz (1983) e Futuros Amantes (1993), a seleção de Nestrovski abrange período que vai de 1972 (Soneto) a 2005 (Embebedado e Porque Era Ela, Porque Era Eu - tema feito pelo compositor para a trilha sonora do filme A Máquina que foi lançado em disco na coletânea Chico no Cinema). Os arranjos ouvidos em Chico Violão são baseados nas partituras do livro Cancioneiro Chico Buarque, editado em 2008 pela Jobim Music. CD já está à venda".

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Um passeio pelas ruas do Brasil

  A sensação é angustiante. A sensação que tive ao ler a nova obra de Chico Buarque foi de profunda desesperança e solidão. Por coincidência, estive em julho dez dias na cidade do Rio de Janeiro. Precisamente em Copacabana. Todos os contos do livro tem como cenário o cartão postal do país. Entretanto, esse cartão postal não é o oficial, o que revela toda a beleza do lugar. O que temos na obra é o lado B. As fissuras de um projeto de modernidade que não deu certo. Toda a desigualdade do nosso país, colocada sem adjetivos, sem possibilidade de mudança. Não precisava ser assim. 

Homens de Cinza

Tive uma grata surpresa ao realizar a leitura desse livro de contos de Gabriel Chalita. As narrativas giram em torno de personagens masculinos e seus principais dilemas. Tudo apresentado de uma forma direta e objetiva. Em todos os contos, a temática da solidão e do medo de não alcançar nossos sonhos e desejos são perceptíveis na vida dos personagens. Isso faz com que o leitor se aproxime cada vez da história e torça pelo sucesso dos personagens (delicados, desiludidos). Para o autor, a cor cinza tem a capacidade de ser um elemento de ligação entre os mais diversos tipos de sentimento e por isso é utilizada de uma maneira tão assertiva. Por isso, a cinza é a metáfora do que se esconde em homens diferentes. Segundo Gabriel, o ser humano é genial pela complexidade de sua razão e pela fragilidade com que às vezes encara essa complexidade. As narrativas da obra proporcionam ao leitor a sensação de que não estamos sozinhos no mundo e que devemos, na medida do possível, lutar cada vez mais po...

Martinho e a dificuldade da renovação

Martinho da Vila sempre está na minha cartola de canções essenciais e sempre aguardo com expectativa seus trabalhos. Entretanto nos últimos anos, Martinho vem se pautando por uma excessiva revisão em sua discografia. Seu último CD de inéditas é de 2007. De lá pra cá, regravações de sucessos e se prestarmos atenção, quase das mesmas canções. Falta de criatividade tenho certeza que não é. O compositor Martinho sabe extrair poesia das coisas mais simples e elevá-las a obras primas. Espero que em outra oportunidade, Martinho volta a ser aquele arrojado artista que surpreende seus ouvintes com narrativas sensacionais. Todo mundo sabe da importância das canções "Menina Moça"; "Casa de Bamba"; "O Pequeno Burguês", mas estas canções estão nos seus últimos três discos. Se pelo menos os arranjos apresentassem novidades, mas fica na releitura do sucesso. Não era necessário.Apesar disso, 4.5 é o cd do momento em minha trilha sonora, mas logo depois corro e coloco...