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Mostrando postagens de novembro, 2010

Música da Semana: Me Faz Bem

Milton Nascimento em seu novo disco canta pela primeira vez Me faz Bem . A Gravação de Gal Costa é muito bonita e forte. Milton consegue vestir a canção com outra roupagem, perdendo em dramaticidade, mas ganhando força na serenidade do canto doloroso do sentimento amoroso. Me Faz Bem Esse jeito de se enroscar, De chegar mansinho e se aninhar, de me fazer seu par Me faz bem Esse jeito bom de gostar, Viajar veredas que são mistério maior que o fundo do mar Me faz bem, Arrepio de imaginar, Me perder no lume do teu olhar, Respirar, tocar , o teu corpo solto no cio Me faz bem Ser o velho lobo do mar Que não cansa de navegar Pois muito tesouro existe por lá Me faz bem teu jeito de amar Tens mais mistérios do que o mar Me faz bem Ser o velho lobo do mar Que não cansa de navegar Pois muito tesouro existe por lá Me faz bem teu jeito de amar Tens mais mistérios do que o mar

A Estrela Mineira de Milton

O novo disco de Milton Nascimento procura resgatar suas raízes interioranas, que aliais, sempre esteve presente em sua belíssima carreira. Com um projeto grafíco belíssimo, Milton traça um panorama renovado da mpb, mesmo ao regravar outros compositores. A novidade fica por conta das letras inéditas que o cantor interpreta de compositores de sua cidade natal: Três Pontas. Outra novidade é a presença dos artistas da cidade no coro de 7 canções. Esse coro realiza um belíssimo contraste com a voz de Milton, embelezando as canções e renovando-as, como por exemplo, a gravação de Resposta de Tempo . A canção imortalizada por Nana Caymmi é extremante dificil e os poucos cantores que ousaram cantá-la perderam o fio da meada. Milton arrisca e apresenta de maneira suave os belíssimos trechos da canção. Destaque para as gravações de Estrela, Estrela (parece uma prece); O ateneu (a melhor canção do disco inspirada na obra de Raul Pompeia); Adivinha o quê? (suingue surpreendente); e a balada pop

Soberba

Chega em minhas mãos o novo disco a vivo de Maria Bethânia e as impressões iniciais são impressionantes. Sem dúvida nenhuma é o disco ao vivo mais bem gravado da cantora. Som límpido, tocante e até no silêncio ouvimos o que não é tão usual assim. Só consigo emitir uma opinião mais crítica depois de ouvir várias vezes um disco. O show de Bethânia não é um dos meus preferidos, mas a sensação que temos ao ouvir o disco é de uma intimidade, como se a cantora estivesse cantando pessoalmente para você. Acredito que em matéria de mixagem, som, é o disco ao vivo mais bem gravado da música popular brasileira. ******

Música da Semana: Vila do Adeus

Melodia de Roberto Mendes e letra de Jorge Portugal, Vila do Adeus é a música da semana. A cada domingo postarei uma canção simbolizando a chegada da semana. A escolha acontece de acordo com meu estado de espírito e emoções recolhidas durante toda a semana. Histórias que não contam mais Quando o barco perde a praia Quando tudo diz adeus O céu desmaia, a luz do dia não raia Pois se apaga a luz do céu A dor se espraia feito pé de samambaia E antes que a noite caia Apaga a lua E a saudade então flutua Como bólido luzente Dentro dela a gente vai Histórias que não voltam mais Quando os lenços cortam os laços Num definitivo adeus Nenhum abraço, nenhum sol nos olhos baços Nem um traço, nem um véu Apenas o silêncio e o som de Deus Apenas o silêncio...

Caras e Bocas do maravilhoso canto de Gal Costa

Gal Costa completa 65 anos de carreira e os fãs da cantora ganham um maravilhoso presente. A gravadora Universal Music coloca no mercado uma caixa com 16 trabalhos lançados pela artística em sua passagem pela gravadora. Desde o primeiro disco lançado em 1967 ao último em 1983, temos a oportunidade de reconhecer a diversidade da artista e seu amadurecimento vocal em muitas situações. Além dos 16 cds, a caixa traz um folheto explicando a concepção de cada disco com explicações pontuais de Gal e um CD duplo com gravações especiais da cantora recolhidas no acervo da gravadora. Minha primeira impressão é a melhor possível. Não apenas o canto de Gal Costa é fundamental para a música popular brasileira mas também as diversas imagens de comportamento apresentados em sua carreira. Da musa tropicalista ao canto introspectivo da bossa nova, do pop televisivo ao experimentalismo, Gal influenciou toda uma geração. Escrevo esse comentário ouvindo o cd Índia lançado em 1973. Último tiro da baiana na

Nostalgia

Não sei se foi surpresa ao me deparar com a imensa nostalgia que Arnaldo Jabor apresenta em seu mais recente filme. A veia irônica, sarcástica e polêmica do diretor de clássicos como as adaptações das obras de Nelson Rodrigues, volta ao passado, de uma maneira particular, para relembrar o tempo de um Brasil que não existe mais e dificilmente voltará a ser o que era. Aspectos positivos do filme: a trilha sonora é tocante e traz de volta toda a efervescência dos anos 50; a atuação de Marco Nanini é sensacional; a fotografia de Lauro Escorel apresenta cores que dão suporte emocional as imagens do filme, a presença concisa de Tammy Canflagori (linda demais da conta) Aspectos negativos: o filme é longo demais; algumas sequências sejam a ser exageradas e anti cinematográficas (morte da prostituta; loucura da personagem de Maria Flor), mas tudo bem, estamos diante de um filme que pretende ser uma espécie de recusa a tudo aquilo que estamos acostumados a ver no cinema: tiros, bombas, sexo, vio

Um País em Construção

O livro de Eduardo Bueno é uma oportunidade imperdível de conhecer os vários lados, discursos e imagens da história política, econômica e social do nosso país. Com imagens belíssimas, linguagem simples e direta, Bueno nos conduz pelos bastidores da formação da sociedade nacional sem defender o lado de ninguém. Mitos são questionados, estatísticas são debatidas, sempre na intenção de proporcionar ao leitor a visão de que o discurso histórico também é portador de uma determinada verdade. Um modo inteligentíssimo de entender um pouco o nosso país. Necessário. ******